O Evangelho Segundo o Espiritismo - Bispo de Alger
Catedral de Notre Dame na Àfrica ( Argélia) |
Em
abril de 1864 é lançado através da Revista Espírita a primeira edição do
Evangelho Segundo o Espiritismo.
Esse livro trás uma nova interpretação do Evangelho
Bíblico de Jesus de Nazaré, analisados a luz do Espiritismo. Trata-se da
parte ético-moral da doutrina espírita.
Em sua primeira edição, chamava-se "Imitação
do Evangelho Segundo o Espiritismo", adquirindo o nome definitivo a partir
da segunda edição de 1865.
Em novembro de 1865, Kardec informou aos leitores
que estava no prelo para aparecer em poucos dias a “terceira edição” do
Evangelho Segundo o Espiritismo.
São suas as palavras transcritas a seguir:
"Esta edição foi objeto de um remanejamento
completo da obra. Além de algumas adições, as principais alterações consistem
numa classificação mais metódica.”
No evangelho segundo o Espiritismo são abordados
os Evangelhos canônicos sob a óptica da Doutrina Espírita, tratando com atenção
especial a aplicação dos princípios da moral cristã e de questões de ordem
religiosa como a da prece e da caridade.
Denominam-se evangelhos canônicos aqueles
que a Igreja reconheceu como os que transmitiram com autenticidade a tradição
apostólica e foram inspirados por Deus.
São quatro: Mateus, Marcos, Lucas e João.
O Evangelho Segundo o Espiritismo foi dividido em
cinco partes; análise dos atos comuns da vida do Cristo; dos milagres; das
profecias; das palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas
teológicos e do ensino moral.
Entre os vários Espíritos que colaboraram com suas
instruções estão os padres educadores Lacordaire e Lamenais, Fénelon (escritor,
político, orador, educador e arcebispo de Cambrai), Santo Agostinho (Bispo de
Hipona e pai da Igreja Latina), São Luís (um dos reis da França na época das
cruzadas), Paulo Apóstolo, Erasto (discípulo de São Paulo), François Nicolas
Madelaine (Cardeal Marlot), Sansão, antigo membro da Sociedade Espírita de
Paris, Adolfo (Bispo de Alger), João (Bispo de Bordeaux), Vianney
(Cura de Ars), Emmanuel, São Vicente de Paulo, Cáritas, Pascal (geômetra,
físico, filósofo, e escritor), Irmã Rosália, Enri Eine, Elizabeth de França,
Delphine de Girardin, François de Genève, Lázaro, Hahnemann, Simeão, Dufêtre
(Bispo de Nevers), Jules Olivier, Michel, V. Monod, uma rainha de França, entre
outros, além do Espírito de Verdade, que para muitos se não é o próprio Cristo,
certamente é uma plêiade de sublimes procuradores do além que agiram com a
permissão direta do Governador da Terra.
Dentre todos escolhemos "Antoine-Adolphe Dupuch" seja; Adolpho" Bispo de Alger" para esse texto, pois fatos
interessantes envolveram sua vida quando encarnado assim como a diocese de “Alger”
As
mensagens desse espírito se encontram em “O evangelho segundo o Espiritismo”,
sob as denominações de “O orgulho e a humildade” – Instruções dos espíritos,
cap. VII, item 12, datada de 1862, em Marmande; “O duelo” – Instruções dos espíritos, cap.
XII, item 11, de 1861, mesma localidade e “A beneficência” – Instruções dos espíritos,
cap. XIII, item 11, escrita em Bordeaux em 1861.
Adolfo, bispo de Alger. Nascimento: 20 de maio de
1800, em Bordeaux, França. Morte: 11 de julho de 1856, em Bordeaux, França, aos
56 anos de idade. “Foi o primeiro bispo de Argel, de 1838 a 1846. Tornou-se
primeiro advogado, antes de ingressar na Igreja, onde foi ordenado sacerdote em
1825. Teve uma significativa ação caritativa até que o Papa Gregório XVI
nomeia-o primeiro bispo de Argel, em 1838. Sua atividade foi muito importante
para o desenvolvimento da Igreja na Argélia.
Dupuch
dedicou-se com grande zelo para a construção de uma diocese cristã no ambiente
islâmico e também trouxe muitas comunidades religiosas para a Argélia, o que
lhe acarretou muitas despesas.
Mas
antes que o seu trabalho pudesse dar frutos, a ruína financeira levou seu
trabalho ao fim. Só depois do governo francês haver saldado a dívida, Dupuch
poderia voltar à sua terra natal, onde morreu em 1856.
Seu sucessor em Argel, Louis Pavy, providenciou em 1864 para obter os restos mortais de Dupuch para a Argélia e onde foram enterrados na Catedral de Argel.
Seu sucessor em Argel, Louis Pavy, providenciou em 1864 para obter os restos mortais de Dupuch para a Argélia e onde foram enterrados na Catedral de Argel.
Sua biografia é longa sob o ponto de vista de seu
trabalho e feitos. Sua atuação não é só religiosa, mas política e social e
falam das relações humanas.
Com certeza o aprendizado desse espírito nesta
reencarnação é precioso, pois vivencia ao mesmo tempo, os testemunhos da igreja
e da fé em seu tempo, os interesses políticos da França sobre a Argélia, a
responsabilidade das suas dioceses, o sofrimento e a dor do povo que vivia os
interesses de outros países por suas terras, além das grandes transformações
sociais ocorridas.
O interessante é que após sua morte, ( 1856 )
retornando a espiritualidade o Bispo de Argel torna-se um dos
espíritos que se comunicam através da mediunidade ( 1861 / 1862 ) junto
as pesquisas de Allan Kardec trazendo as mensagens que formam os
conteúdos do cap.VII do Evangelho Segundo o Espiritismo “ Bem Aventurados os
pobres de Espírito” deixando assinado : - Adolfo, Bispo de Alger, Marmande
1862..
O fato é que; o espírito ao desencarnar passado o
momento de perturbação, com ajuda da espiritualidade, entra em contato com a
sua “consciência integral” tomando ciência de sua imortalidade, da importância de
sua atuação e trabalho no campo do bem na precedente reencarnação, tendo sido instrumento nas obras do Pai.
Trabalho esse que continua abrangendo o plano físico,
mesmo que estejamos no plano espiritual.
Outro fato importante que envolve os “ Bispos de
Alger” é que Louis Antoine Pavy conhecido como Monsenhor Pavy sucessor
de Adolf Duduch após ser designado “Bispo de Alger ”
envia uma pastoral contra o Espiritimo aos senhores curas de sua diocese, em
18 de agosto de 1860 sob o título de “Carta circular e pastoral sobre a
superstição dita Espiritismo “. Essa brochura enviada a diocese
dizia ser o Espiritismo um outro flagelo que se acercava das colônias da
Argélia, já tão divididas entre judeus, muçulmanos, islâmicos, materialistas.
Essa sua ação determinou aquilo que a
espiritualidade dissera a Kardec quando a consultara referente ao lançamento do
livro; Evangelho Segundo o Espiritismo.
Que ele seria muito criticado pela igreja, mas essa
critica também ajudaria a divulga-lo. E foi o que ocorreu, pois essa pastoral
divulgou o interesse geral sobre esse assunto na Argélia .
Esse fatos nos fazem refletir e rever posições antagônicas
que as vezes tomamos em nossas vidas e que devem ( e o que é melhor) podem ser refeitas quando a criatura busca a
verdade que felicita e engrandece o homem, que é o espirito eterno, filho de
Deus Pai Criador.
Por isso para nossa reflexão encerramos com os
dizeres de Adolfo bispo de Alger no ultimo parágrafo em sua mensagem “ O
orgulho e a humildade.”
“ Pobre raça humana, cujos caminhos foram todos
corrompidos pelo egoísmo, reanimai-vos apesar disso! Na sua infinita
misericórdia, Deus envia poderoso remédio aos teus males, um socorro inesperado
à tua aflição. Abre os olhos à luz; eis que as almas dos que se foram estão de
volta para te recordar os verdadeiros deveres . Elas te dirão com a autoridade
da experiência, quanto as vaidades e as grandezas da vossa passageira
existência são pequeninas, diante da eternidade. Dirão que nesta será maior o
que foi menor entre os pequenos deste mundo; que o que mais amou seus irmãos
será o mais amado no céu; que os poderosos na Terra, se abusaram da
autoridade, serão obrigados a obedecer aos seus servos; que a caridade e a
humildade, enfim. Essas duas irmãs que se dão as mãos, são os títulos mais
eficazes para obter-se a graça do Eterno.”
Quero deixar aqui meu agradecimento a quem
me ajudou a melhorar a pesquisa sobre esse texto, alterando pessoas e datas
pesquisadas para que eu também encontrasse a verdade.
OBS:
Liderança do Bispado de Argel de 1845 / 1953.
·
Bispo Antoine-Louis-Adolphe Dupuch (13 de setembro de 1838 – 9 de dezembro de 1845)
·
Bispo Louis-Antoine-Augustin Pavy (16 de abril de 1846 – 16 de novembro de 1866)
·
Cardeal Charles-Martial
Allemand-Lavigerie (27 de março de 1867 – 25 de novembro de 1892)
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Arcebispo Auguste Prosper Dusserre (26 de novembro de 1892 – 30 de dezembro de 1897)
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Arcebispo Fédéric-Henri Oury (28 de novembro de 1898 – 15 de dezembro de 1907)
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Arcebispo Barthélemy Clément Combes (22 de janeiro de 1909 – 2 de janeiro de 1917)
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Arcebispo Auguste-Fernand
Leynaud (2 de janeiro de 1917 – 5 de agosto de 1953)
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Cardeal Léon-Etienne Duval (3 de fevereiro de 1954 – 19 de abril de 1988)
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Arcebispo Henri Antoine
Marie Teissier (19 de abril de 1988 – 24 de maio de 2008)
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Arcebispo Ghaleb Moussa Abdalla Bader (desde 24 de maio de 2008)
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