Templo,Escola,Hospital ou Pronto Socorro ?

Templo,escola,hospital,ou pronto socorro?

São perguntas que  fazemos quando passamos a freqüentar a Casa Espírita e percebemos o manancial de recursos que ali estão para necessidades especificas,de um publico tão heterogêneo.

Quando nosso coração busca ansiosamente por Deus, através de Jesus, nas perguntas feitas sem que consigamos perceber as respostas, ela é um Templo pois nos ajuda a compreender esses recados no imo de nossa alma, encontrando a religiosidade.

Quando estamos sofrendo passando por dificuldades de ordem afetiva, moral, onde precisamos de alento, força, com certeza ela é o Pronto Socorro,pois nos atende prontamente quando chegamos necessitados de uma assistência espiritual, ou alguém com quem possamos falar sobre o que estamos sentindo.

Quando este sofrimento já é de longa data, tornando-se  uma provação que parece não ter fim, com certeza será o Hospital onde deveremos transitar por algum tempo para que possamos perceber o que se passa conosco, nos colocando muitas vezes nos tratamentos intensivos como o da desobssessão que é uma verdadeira UTI espiritual.

Posteriormente receberemos a assistência de manutenção permanente,até que consigamos modificar comportamentos que nos desequilibram e nos adoecem física e espiritualmente.

E a partir dai será efetivamente a Escola onde o aprendizado deverá ser efetuado, se for de nossa escolha, através dos núcleos de ensino.

È lógico que as coisas não acontecem exatamente ou perfeitamente nesta ordem como estamos colocando. Essa é uma forma didática de responder a questão inicial, pois estamos sempre sob assistência e amparo da espiritualidade, onde essas designações vão se entrelaçando,se integrando numa dinâmica de socorro e amparo.

Mas o importante é nesse meio tempo,percebermos que estamos dando uma oportunidade de reavaliação a nós mesmos e de nossa vida.

Oportunidade esta que normalmente coibimos, com os ansiedades e tribulações vivenciados no dia a dia.

Que acabam nos distanciando do alimento afetivo e amoroso que deveríamos vivenciar com nossos entes queridos por vezes esquecidos nos atropelos do cotidiano.

Com certeza precisamos de muitos elementos para alimentar nosso corpo físico.

Precisamos da energia solar, não podemos prescindir da água como fonte de vida. Mas precisamos também como seres espirituais que somos, do alimento da alma.E o alimento da alma é propiciado pela troca das energias amorosas que os vínculos afetivos nos proporcionam.

Além de nos capacitar, para a reciprocidade, que é fator preponderante para nosso crescimento espiritual. Aprender a dar e receber, é ensinamento precioso que não podemos refutar.

A espiritualidade nos faz recordar tudo isso que está lá, bem dentro de nós.
Começamos aprendendo com a doação de fluidos amorosos que nos são ofertados,que nos sensibilizam para o amor e o bem; que é como se fora o maná que vem dos céus, e com ele nos nutrimos.

Fortalecidos, percebemos que a troca com os familiares se torna mais fácil.Nosso coração dantes fechadinho vai se abrindo, e vamos compartilhando com eles o recebido.

Alimentado e alimentando os que amamos , fortalecemos a consciência do dever cumprido, e assim conseguimos o alento para compartilhar com outros a doação recebida, aumentando o circulo amoroso.
Isso nos lembra a parábola da *Multiplicação dos Pães e Peixes.

Já se fazia tarde quando os discípulos dizem a Jesus para que despedisse a multidão que ali estivera e que viera para vê-lo e ouvi-lo, para que fossem para as aldeias comprar comida para si. Jesus porem disse-lhes:

-Daí vós de comer. E eles responderam.
-Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. E Jesus pediu:
- Trazei-mos aqui.

Mandou que a multidão se assentasse sobre a relva, tomou dos pães e peixes olhou para os céus e os abençoou, e partindo-os deu aos discípulos, e os discípulos à multidão.Alimentando a todos e havendo ainda sobras.

Essa passagem evangélica é importante porque Jesus materializa os pães e peixes, transubstanciando os elementos fluídicos, na matéria que alimenta e sacia o corpo físico.

Naquele dia não foi só o pão da alma que Jesus ofertou; mas nos ensinou a materializá-lo nos recursos que prescindimos para viver.

Um ensinamento profundo das possibilidades que cada um de nós tem, de transformar as benesses do alto. Pois quando recebemos o pão do espírito que o Evangelho nos dá, fortalecemos nossa alma,e fortalecidos despertamos para cumprir com os desígnios que nos esta proposto como espíritos eternos, transitoriamnete na na matéria. Transformando o maná que vem do céus, nos recursos matériais de sustentação: à  família, nas relações equilibradas vivenciadas com afeto,na boa vontade para com o trabalho, na caridade quando ofertamos o alimento ao que tem fome.

Quando estendo as mãos para o afago, para um carinho, ou para rerguer outras mãos,retomando os vínculos de afeto por mim esquecidos no corriqueiro do cotidiano, estou também materializando os recursos recebidos do alto.

Quanto mais dividimos,somamos e temos de sobejo!

Isso é matemática “pura” ! Matemática puramente divina !

Ao que tem se lhe dará. Ao que não tem até o que tem se lhe tirará.

Não existe maior abundância e prodigalidade do que a que aprendemos com Jesus.

Isso tem o nome de fraternidade, e está alicerçado no amor.
Aprendizado precioso, que deve ser apreendido pelos corações renovados no bem,que passam pelo Templo,pela Escola,pelo Hospital e Pronto Socorro, da Casa Espírita.



*Parábola dos Pães e Peixes – Mateus cap.14: 13 a 21- cap.15 : 32 a 39

Comentários

  1. Muito pertinente a colocação pois muitas pessoas têm preconceito da palavra "centro espírita" e assim fica claro o que significa

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