Não julgueis
Precisamos estar atentos com as imagens que criamos através de
nossos julgamentos em relação ás pessoas de nossa convivência, para que não
venhamos a permear de personas negativas o imaginário daqueles que convivem
conosco, principalmente as crianças, pois as histórias que aprendemos em
família são sempre relevantes em nossas vidas.
Qual família não tem uma historia especifica que passa de geração
em geração às vezes de alegria ou de dor. Através dessa oralidade familiar, dando
coloração especial ao fato, fixamos muito do que aprendemos. Ficando registrado
em nosso inconsciente como um certificado de certo ou errado.
Conferimos a essas situações um crédito de valor, pois são
validados pela observação das pessoas intimas as quais amamos, principalmente
pela apreciação ou critica ali contida, pois testa um nível de
entendimento e aceitação por parte do grupo que integramos.
A imagem do tal fulano que a família tanto simpatiza ou
rejeita através dos fatos do passado acaba convivendo conosco no trabalho, nas
escolas, na vida social como um todo. E lá vamos nós diante de pessoas
estranhas, mesmo antes de ter oportunidade de conhece-la, taxando-a
de antipática de inaceitável pois logo de “cara” como dizem “meu santo
não cruzou com o dela”.
Dá impressão que existe um radar a permear nossas relações para
rejeitar essas personas que se parecem com o tio tal, o primo, a cunhada,
o vizinho que fez tal coisa. È a tal ovelha negra da família que tanto
ouvimos falar.
Isso é muito comum e marcante. E só nos damos conta disso
quando num rasgo de razão passamos a refletir: - porque não gosto do
fulano, eu nem o conheço?
Ah! Dizem:- São inimigos do passado.( frase corriqueira)
utilizada para desencargo de consciência.
Isso é possível como nos ensina o Espiritismo. Mas acredito estar
muito mais ligado as questões dessas imagens que aprendemos a rejeitar. Imagens
de pessoas e familiares rotuladas por nós no presente e não somente de
lembranças de vidas passadas.
É importante todo conteúdo que assimilamos nesses grupos, pois
eles fazem parte do aprendizado familiar que possuímos, mas nas questões de
auto conhecimento, comecemos por nos libertar desses julgamentos preconcebidos
e de manifestação instantânea. Eles entravam oportunidades de nos relacionarmos
com outras pessoas principalmente às ditas “difíceis”. Lembremo-nos que
muito das avaliações tida como verdadeiras se perdem no tempo devido às
transformações individuais, mudanças sociais pelas quais passam as
gerações.
Nós sempre podemos aprender algo, principalmente superar medos, confrontos,
dificuldades, desafios de nos colocarmos frente a frente a determinada situação.
De todos os ambientes dificultosos para
conviver, acredito seja aquele que nos detêm maior tempo; que é o do
trabalho, justamente onde se encontram essas situações.
Daí a importância dessa conscientização
de nossa parte, verificando nossos reais valores.
Podemos transformar tudo para melhor, começando em nossas
relações. Ninguém existe que não possua um lado negativo pois esta é a parte a
ser burilada por cada um. Aceitar o outro observando esse lado, mas também
todas as outras possibilidades que ele com certeza possui, faz parte de nossa
busca de vivenciar a verdade.
Até no sentimento materno percebemos duas ( verdades) realidades. Uma
de extremo amor por nós, o que nos satisfaz, e outra de total apego que se não
lidarmos bem, nos sufoca restringindo nosso viver.
Jesus diz bem quando coloca: - Não julgueis !
Primeiro porque devido ao nível de evolução que nos encontramos,
nossa mente fixa melhor as coisas negativas, pois vêm com uma forte carga
emocional. Depois porque nos posicionamos armados para nos defender, criando
formas e defesas constantes em nossas vidas que agilizamos cada vez mais
usando-as como anteparo no jogo nas relações.
Isso nos desgasta, nos faz sofrer. Ficamos
as expensas ou fixados no pessimismo, na desconfiança na perseguição. Nem nossa
mente nem nosso corpo físico aguenta viver assim, guerreando o tempo
todo.
Para viver melhor precisamos nos
desarmar, isso não significa estar ao sabor do Deus dará. Mas estarmos atentos
a vida as coisas, as pessoas, sem estar no automático da rotulação, da
indiferença, do comodismo.
Não julgueis, para não serdes julgados!
Como diz Jesus, a única autoridade legitima aos olhos de Deus
é a que se apoia no bem e no bom exemplo.
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