“Faço tudo o que não quero, e o que quero, não faço”. (Paulo - Romanos 7:15.20) A disciplina
Certas palavras e expressões quando não bem interpretados por nós,às vezes têm seu sentido deturpado ou reduzido.
Isso ocorre com a palavra disciplina.
Quando a ouvimos já sentimos um desconforto:
-Você precisa ser mais disciplinado com suas
palavras,com sua saúde,como pai,com as finanças...
Quando ouvimos essa palavra “disciplina” é como se
ouvíssemos a palavra “contenção” , e
perdêssemos a vontade própria ficando submissos a um agente externo.
É como se nossa ação estivesse submetida a vontade
de outrem.
Neste aspecto nada mais lógico nos rebelarmos,
pois como prescindir ou deixar nas mãos
de outrem a própria vida.
Talvez por isso nossa rebeldia com os pais,os
chefes, autoridades de uma maneira
geral, pois sentimo-nos prisioneiros de todas elas E não deixamos de ter uma
crise com nosso ego pois submeter-nos JAMAIS !
Quero viver livre e com espontaneidade.
Embora sob o aspecto exterior a disciplina seja
necessária,pois somos seres sociais e prescindimos uns dos outros para viver .
Na realidade, é sob o prisma
interno que a disciplina revela seu mais rico potencial. Pois é uma virtude que viabiliza a aquisição de
todas as outras.
Sem disciplina não há avanço, transformação moral e intelectual.
A criatura indisciplinada permanece como sempre
foi.
Nascemos simples e ignorantes,e estamos num
processo de aprendizado, crescimento e evolução.Acertamos e muito erramos.
Como corrigir erros, sem determinação de uma
vontade forte e disciplinada ?
A disciplina atua no campo da vontade.
A vontade é faculdade soberana da alma
O homem disciplinado diz a si
mesmo que deve fazer e se mantém firme no propósito, para atingir esse
objetivo.
Ela consiste numa força interior
que permite a alteração dos hábitos e tendências.
Todos os espíritos atualmente vinculados a Terra
passaram por incontáveis encarnações no longo processo de aprendizado,
cometeram muitos equívocos e desenvolveram maus hábitos. Certas tendências do
pretérito remoto ainda se fazem presentes nos homens, e precisam ser
retrabalhadas por nós.
Nos
primórdios da evolução, o Espírito era despido de cogitações intelectuais e
morais mais complexas.
As
preocupações do ser resumiam-se à preservação da vida e à perpetuação da
espécie.
O tempo não gasto com a satisfação dessas
necessidades era dedicado ao ócio Assim, o gosto excessivo pelo descanso lembra
as fases primitivas da existência imortal.
O
mesmo ocorre com a preocupação desmedida com alimentação e sexo Nada há de
errado com a satisfação das necessidades elementares da vida, em um contexto de
dignidade.
O
vício reside no excesso e na fixação do pensamento em atividades que são
meramente instrumentais.
A
destinação do Espírito humano é excelsa.
Compete-lhe
vencer a si mesmo, libertar-se de hábitos primários e preparar-se para
experiências transcendentais do intelecto e do sentimento.
Ocorre que isso somente é
possível com muita disciplina.
Sem
uma vontade firme aplicada na correção do próprio comportamento, ninguém
avança.
Maus
hábitos, como maledicência, gula, preguiça e leviandade sexual, não somem por
si sós.
Eles
devem ser corajosamente enfrentados e subjugados.
O
abandono de vícios é lento e doloroso.
No
princípio, o esforço necessário é hercúleo.
Mas
gradualmente se percebe o peso que representam as más tendências.
Surge
uma sensação de liberdade e de leveza, com a adoção de um padrão digno de
comportamento.
Então,
o que era difícil se torna fácil e prazeroso, pois a disciplina gera a espontaneidade.
Liberdade com disciplina é o nosso lema.Uma sem a outra,talvez se perderia.Do
animal ao homem, e desse ao anjo,amor e liberdade é culto sagrado.no entanto a lei divina apresenta para todos
nós a força da disciplina,sem a qual a liberdade não poderá prevalecer dentre
os direitos da alma.Vislumbremos Paulo de Tarso nos primórdios da sua
iniciação.São dele essas apalavras. “faço tudo o que não quero,e o que quero
não faço”. Eis as lutas do apostolo, disciplinando-se a si mesmo.Mudou como por
encanto ,por força da educação intima,da política farisaica,para a religião
cristã; da vingança para o perdão;de um doutor da lei ,para um simples
discípulo de carpinteiro;de um viver em palácio,para a vida meditativa em um
deserto;do crime para a santidade.Paulo tinha momentos de violência para
consigo mesmo, para manter a disciplina nos sentimentos; vejamos o que ele diz
a respeito: “Mas subjugo meu corpo, e o reduzo à escravidão para que tendo
pregado o outros,não venha eu mesmo a ser desqualificado” Eis o drama intimo do
apostolo dos gentios.Antes era a perseguição aos outros ; depois do drama no
deserto.ele passou a ser perseguido por si mesmo e através da disciplina.A
muitos parece que a disciplina metódica é uma prisão sem grades e sem fim,o que
não é verdade.ela nos dá prazer,moldando-nos para as grandes realizações.Comece
hoje mesmo. Comece hoje mesmo – se ainda não o
fez – a corrigir pensamentos e a organizar os sentimentos dando-lhes nova
dimensão, ampliando as qualidades nobres do coração, para que depois possa
nascer a fonte de água viva em seu íntimo e, com ela, o prazer de ser útil, de
ser bom , de ser caridoso, e de ter amor a Deus e a todas as coisas. Não resta
dúvida de que o preço desse labor é bem alto, mas compensa todos os esforços,
por estarmos em consonância com a vontade
de Deus e ensinos de nosso mestre Jesus.
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