O Despertar da Consciencia

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No livro Êxodo (que significa saída), relatado no Antigo Testamento, Moisés libertou o povo de Israel da escravidão do Egito, e recebeu de Deus no Monte Sinai uma pedra onde estava escrito em fogo suas  leis,  ou seja; os Dez Mandamentos.
Allan Kardec, nas suas pesquisas quando estava codificando o Espiritismo, perguntou a espiritualidade:
 - Onde estão escritas as leis de Deus. ?
E eles responderam: -  Na consciência do homem.
Dessa forma, todos os seres humanos trazem consigo, esculpidas na própria consciência, as leis divinas.
Embora estejam ali impressas,  nem todos conseguem ler e interpretar essas leis e principalmente pratica-las. Para isso é necessário o desenvolvimento do senso moral.
O que é senso moral?  O senso moral é o desenvolvimento de valores do individuo. É o entendimento  entre o bem e o mal, o certo e o errado,  presentes em uma determinada sociedade.
“Portanto  senso moral e consciência moral são coisas diferentes.”
Senso moral é o sentimento e a ação imediata em resposta às emoções desencadeadas pelos valores morais.
Consciência moral fala da individualidade, das decisões e escolhas que a pessoa tomou, da bagagem das experiências vividas pelo espírito eterno, e consequências já aferidas pela  lei de causa e efeito.
A consciência moral exige que o indivíduo seja o responsável pelos seus atos, assumindo totalmente as consequências de suas atitudes.
O senso moral assim como a ética pode mudar de povo para povo. 
Ex: os direitos das mulheres no Oriente são distintos do Ocidente.
Já a consciência moral é a sumula da experiência de cada individuo em diversas etapas da vida, o que o faz progredir.
Ex: O individuo tem em si a visão da igualdade entre homens e mulheres.
A consciência moral é regida por códigos internos onde a reflexão e a escolha, a responsabilidade de suas consequências são inevitáveis.
Essa conquista é fruto do esforço pessoal, do estudo, da meditação, dos pensamentos e atitudes nobres.
Mas como despertar a consciência?
O despertar da consciência é efeito natural do processo evolutivo, e essa conquista permitirá ao SER avaliar fatores profundos como o bem e o mal, o certo e o errado, o dever e a irresponsabilidade, a honra e a desonra, o nobre e o vulgar, o lícito e o ilícito, a liberdade e a libertinagem.
Essa consciência não é de natureza intelectual, atividade dos mecanismos cerebrais. É força que nos impulsiona, porque nascida nas experiências evolutivas, exterioriza- se em forma de ações.
A encontramos em pessoas incultas intelectualmente, e ausente em outras portadoras de conhecimentos acadêmicos.
Jesus também nos fala dela  em seu evangelho.
Encontramos em muitas passagens do Novo Testamento as expressões “despertar”, “acordar”, “levantar”, todas se referindo à questão do “adormecimento” da consciência característico dos seres humanos.
O processo da evolução se faz da inconsciência para a consciência, do “ESTAR” para o “SER”, da razão para a intuição, do transitório para o permanente.
As admoestações de Jesus Cristo, aos que não ouviam nem enxergavam, para que tivesse olhos de ver e ouvidos de ouvir, nada mais era do que a mensagem desse despertamento para a “Vida Maior”.
“Deixe os mortos enterrar seus mortos”.
Ou seja; deixe as pessoas adormecidas enterrarem  suas ilusões.
Quando Paulo cap.5:14 disse aos efésios :
- “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te entre os mortos e o Cristo te esclarecerá.
Não estava apenas conclamando as criaturas ao erguimento do corpo físico, mas também ao da visão interior de todas as almas imortais, com vistas à expansão da consciência de cada uma delas.
Quer dizer; não devemos voltar nossa atenção para modificar as coisas de fora, mas para acordar e aprimorar as coisas de dentro. Isso porque sono é forma de morte, de desperdício da oportunidade educativa, esclarecedora, terapêutica, enriquecedora.
E nesse sentido, quando se está desperto, Jesus o esclarece, a fim de que avance corajosamente na busca da sua auto identificação.
 Saiamos, portanto, do estado de dormência, inconsciência e imobilidade espiritual em que transitamos e despertemos nossos potenciais internos.
Quando despertarmos nossa consciência, transformaremos o mundo em nós e, então, perceberemos que não eram propriamente nossos conflitos que nos incomodavam, e sim a nossa maneira de vê-los.
Quais os prenúncios do despertamento da consciência?
   Inquietude sem motivo aparente, seguida de queixas ou insatisfações.
     Inexplicável angústia interna, busca de respostas aos questionamentos mais profundos do ser humano. Antigos valores e princípios egóicos vão perdendo a importância. Incidentes os mais diversos vêm ensinar o desapego e uma nova maneira de se vivenciar as situações muitas delas atordoantes. É iniciada uma busca não se sabe bem pelo quê, mas ela poderá levar ao caminho espiritual e seu preponderante papel na vida do ser humano.
O que significa estar desperto? “O que tem olhos e ver veja”
É algo que existe em nós, que nos leva a reconhecermo-nos, a perceber com clareza, o que e como sentimos, pensamos, agimos e reagimos, em nosso viver cotidiano. Estar acordado é encontrar-se pleno, consciente da sua realidade interior e das infinitas possibilidades de crescimento que estão ao seu alcance. Libertar-se dos medos que o imobilizam na inutilidade; redescobrir a alegria de viver e de agir. Ampliar o campo da comunicação com a Natureza e todos os seres.
Multiplicar os meios de dignificação humana, colocando-os ao alcance de todos.
Quando o Príncipe Sidarta Gautama fez-se Buda, portanto, quando se permitiu iluminar, porque acordou do letargo, após uma das suas preleções educativas, foi interrogado por um discípulo:
- Senhor, já encontrastes Deus? E se o defrontastes, onde se encontra Ele?
O missionário meditou por um pouco e respondeu sem preâmbulos: - Após penetrar na realidade de mim mesmo, encontrei Deus no mais íntimo do meu ser, em grandiosa serenidade e ação dignificadora.
Quando se está desperto, as conquistas e encontros são internos, resplandecentes e calmos, poderosos como o raio e suave como a brisa do amanhecer
Tampouco se irrita, ou se enfastia, ou se perturba com aqueles que os agridem, que os perseguem, que buscam afligi-lo.
Estar desperto significa encontrar-se construindo, livre de
preconceitos e de limites, aberto ao bem e à verdade de que se torna vanguardeiro e divulgador. Saiamos, portanto, do estado de dormência, inconsciência e imobilidade espiritual em que transitamos e despertemos. A renovação interior é um empreendimento de alto e nobre porte, que não deve ser postergado.




Comentários

  1. Belíssimo texto! Que inspiração Dona Ceile. Parabéns por manter a chama divina acessa e acessível à todos nós!
    Tocou-me profundamente na alma.

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