Os Espiritos diante da morte - Ninguem pode ver o reino de Deus se não nascer de novo





Está em Paris no cemitério Père Lachaise o tumulo de
Hippolyte Léon Denizard Rivail, Allan Kardec.
Ele tem feitio de um dólmen, ou seja formado por pedras rusticas colocadas como os túmulos dos antigos druidas. Duas pedras verticais e uma horizontal.
Em se frontispício esta escrito:
- ”Nascer, crescer, morrer, renascer ainda tal é a lei ”.
Essa frase tem dois momentos, ou seja;
· Fala ciclo de vida física aqui na terra.
· Fala da vida espiritual, a imortalidade da alma e a reencarnação como lei natural.
Na primeira, a Ciência Humana a explica.
Tudo que nasce, cresce morre, e a morte da matéria é natural no plano terreno.
Na segunda, a Ciência Espirita esclarece; que a morte inexiste, que o espirito é eterno, e que ele renasce quantas vezes for necessário.
A vida física perece. A vida espiritual permanece.
Sabendo que tudo que tem vida na terra nasce ,cresce, morre, a questão da morte deveria ser um processo absolutamente natural.
Fato esse que deveria fazer com que tivéssemos um comportamento diferente em relação a ela, afinal é a única certeza que temos.
Mas mesmo sabendo disso, acrescido do fato de reencarnarmos, a morte continua a nos assustar.
Porque será? Que angustia é essa que nos toma sempre que falamos sobre o assunto.
Falar sobre a morte é tabu, guardamos silencio, pois o tema aturde, assombra ,atemoriza, desarvora a pessoa.
Jose Herculano Pires nos fala sobre a importância da Educação para a Morte.
Educação que a Pedagogia Espirita pode nos oferecer.
Somente a conscientização do “Ser” divino em nós, conseguira nos libertar das incertezas da morte.
A educação da morte nos prepara para ela, vivendo bem a "vida de agora”.
Aquele que acredita na imortalidade da alma nunca mais vivera a esmo, pois seus horizontes se ampliam fazendo-o viver em maior plenitude.
Porque muitos morrem, mas não desencarnam.
O que significa isso?
Que a educação da morte se faz em vida, no bem viver, na responsabilidade, valorizando a vida por nós vivida.
Muitas criaturas ao desencarnar, ficam ligadas ao plano físico, como se ainda estivessem vivas.
Como se processa a desencarnação.?
No momento da morte tudo é confuso, o espirito precisa de um tempo para reconhecer-se. Sente-se como o homem ao acordar de sono profundo.
A lucidez das ideias e a memoria do passado voltam à medida que se extingue o influencia da matéria, o que dissipa o nevoeiro que lhe turva os pensamentos.
Quanto mais compreensão da morte em vida menos longa é o estado de perturbação.
Isso depende também do gênero de morte, quanto mais violenta mais surpreende o espirito, que acredita estar ainda vivo, pela brusca mudança. O se ver num corpo semelhante também o surpreende, pois a morte é aniquilamento, mudança. E o que aumenta sua ilusão é o fato de ver o corpo sem perceber que é etéreo, e ele o julga sólido, pois pode ver e ouvir. Parece alguém sonambulo que disséssemos que esta dormindo, e ele não acredita.
Para o homem de bem nada há de penoso.
Seu despertar é tranquilo. Para outros é cheio de ansiedades e angustias.
Para aqueles que pensam que morreu acabou, ficam numa espécie de auto hipnose. Precisam de assistência e tempo para acordar.
Muitos em processo de sofrimento e dor são imantados a lugares específicos. Mas a assistência é permanente.Há também por parte das famílias um comportamento despreparado para este momento, que faz com que um mecanismo de defesa coletivo seja estabelecido,pouco ajudando no processo, que acima de tudo é educativo e importante para todos nós.
O exemplo mais significativo de educação para Morte o de Jesus de Nazaré há dois mil anos.
Ele vivia a imortalidade da alma em seu dia a dia e por isso sabia perfeitamente que a chamada morte era apenas uma transição de uma dimensão a outra.Enriqueceu seu ensino com seu exemplo pessoal.
Exemplificou a própria imortalidade ressuscitando seu corpo espiritual.
Jesus também fala dela ao dizer:
“Ninguém pode ver o reino de deus se não nascer de novo.”
O Espiritismo de fato inaugura um novo momento na história do pensamento humano.
Com o concurso dos espíritos Kardec lança um profundo debate sobre a morte em o "Livro dos Espíritos" e fundamenta mais esse assunto com outras obras.Segundo o pesquisador Hermínio Miranda, o "Livro dos Espíritos reinventou a morte".
Após a leitura das obras clássicas percebemos que uma forma de nos familiarizarmos mais com este interessante tema seria direcionarmos uma atenção maior ao primo irmãos da morte que é o sono.
O sono propicia um dos estados de emancipação da alma,possibilita um acesso a todos nós à dimensão espiritual,levando-nos ao fortalecimento da ideia de que somos seres espirituais revestidos temporariamente de um corpo físico.
Ainda que este momento de maior liberdade para o espirito esteja estreitamente ligado ao seu estado moral,estando ele inteiramente livre para decidir o que fazer e onde ir,pode ele oferecer ao espírito uma dimensão maior de sua função na atual encarnação e também deixar o espírito cada vez mais apto para fazer de uma desencarnação, uma experiencia individual,insubstituível e intransferível de forma mais madura.
"Podemos deixar de fazer qualquer outra viagem, mas quanto a esta, tanto os ricos como os pobres terão de fazê-la e se ela for dolorosa,nem a posição e nem a fortuna poderiam suavizar sua amargura".
Precisamos colaborar para desconstrução do mito da morte.
Precisamos desmistificá-la,ajudando os educandos a lidarem com esta importante experiencia de forma natural,serena.
"Temos de substituir a visão da escuridão ,solidão e terror pela visão dos planos superiores de onde verdadeira vida que flui para a Terra "
A Natureza nos oferece uma verdadeira aula sobre o esforço de uma transformação necessária ,onde o ser deve transcender a condição
humana para libertar-se.
Dentro de um casulo uma lagarta se esforça para transformar-se em borboleta ganhando asas e alçar voo. Nós precisamos nos esforçar utilizando o pensamento e a vontade assumindo a posição de filhos de Deus e viajantes do Universo

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